Mesmo o uso da palavra “inflação” tem significados diferentes em diversos contextos. Muitos economistas, empresários e políticos sustentam que níveis moderados de inflação são necessários para impulsionar o consumo, assumindo que níveis mais altos de gastos são cruciais para o crescimento econômico.
Ao longo do tempo, os mesmos R$ 100 podem passar a valer menos. Ou seja, são capazes de comprar menos bens e serviços, justamente por causa do impacto da inflação. Além disso, considerar a inflação é fundamental para encontrar o retorno real de um investimento.
Inflação baixa, estável e previsível traz vários benefícios para a sociedade. A economia pode crescer mais, pois a incerteza na economia é menor, as pessoas podem planejar melhor seu futuro e as famílias não têm sua renda real corroída.
O efeito mais positivo de uma elevada inflação será o rápido empobrecimento de vastas classes sociais, com aumento da sua dependência do estado e crescimento do suporte aos partidos do governo.
O que se sabe é que uma inflação muito alta ou muito baixa prejudica o funcionamento da economia. Se estiver acima de 10% ao ano, por exemplo, atrapalha a capacidade da moeda como unidade de conta – as pessoas começam a perder a noção do valor da moeda, já que os preços dos produtos mudam rapidamente.
A inflação gera incertezas importantes na economia, desestimulando o investimento e, assim, prejudicando o crescimento econômico. Os preços relativos ficam distorcidos, gerando várias ineficiências na economia.
No Brasil, especificamente, a valorização do real está relacionada ao aumento do diferencial de juros entre o país e os Estados Unidos, destaca o especialista. Na última semana de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do banco Central do Brasil (BC) elevou mais uma vez a Selic, taxa básica de juros.
Commodities: empresas do setor de commodities, como petróleo, gás, mineração e agricultura, tendem a se beneficiar durante períodos de inflação alta. Isso porque os preços das commodities geralmente sobem junto com a inflação, impulsionando as receitas dessas empresas.
"É natural que se tenha alguma inflação. Uma inflação de 2% a 3% ao ano é saudável porque os preços subindo um pouco ativam a economia." "A pior coisa que pode acontecer num país é a deflação (queda generalizada de preços).
Os economistas latino-americanos, da escola estruturalista, identificavam na mudança dos preços relativos dos produtos agrícolas a principal fonte da inflação em países, como o Brasil, que procuravam aumentar a taxa de crescimento do produto real da economia através de instrumentos de política econômica.
Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo fundamental do Banco Central (BC). A meta para a inflação é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A estabilidade dos preços preserva o valor do dinheiro, mantendo o poder de compra da moeda.
Um aumento nos índices de inflação pode ser influenciado por diferentes causas, que podem ser agrupadas em quatro grandes grupos: 1) aumento na demanda; 2) aumento, ou pressões, nos custos de produção; 3) inércia inflacionária e expectativas de inflação; e 4) aumento de emissão de moeda.
A resposta está nos efeitos nocivos que ela provoca quando há um descasamento entre os preços e os rendimentos (incluindo os salários) ocasionando a perda do poder de compra da moeda, a redução nos ganhos de aplicações financeiras e a piora na distribuição de renda.
Para proteger o seu dinheiro e garantir que o valor investido se mantenha consistente ao longo do tempo, muitos investidores recorrem a opções de investimentos atrelados à inflação medida pelo índice IPCA.
Então, para controlar a inflação, o governo precisa reduzir a necessidade de se financiar com emissão de moeda. Para isso, precisa ajustar suas finanças, cortando gastos e/ou aumentando impostos, num processo permanente. Há tentativas de governos de controlar a inflação “na marra”.
O real foi criado no governo Itamar Franco, em 1994, para resolver uma das maiores crises inflacionárias do mundo. Na época das maquininhas de remarcar, os preços chegavam a subir três mil por cento ao ano no Brasil.
Quando mais dinheiro é colocado em circulação sem um aumento na produção de bens, os preços tendem a subir. Isso acontece porque, com mais dinheiro em mãos, as pessoas compram mais, mas se a produção das fábricas não acompanha esse aumento na demanda, os produtos ficam mais caros.
Aumentos na inflação podem ocasionar a desvalorização da moeda nacional e a diminuição do poder de compra da população, o que se dá de forma ainda mais acentuada quando não há reajustes nos salários.
Além da questão fiscal e do câmbio, outro fator apontado como um dos motores da inflação são os efeitos climáticos. A seca e as geadas de 2021 prejudicaram o cultivo de alguns produtos importantes, como o café e o açúcar – dois dos bens que mais subiram no Brasil em 12 meses até o início de 2022.
A operação da taxa de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação, pois sua implementação é mais rápida. Ajustar a taxa Selic influencia o custo do crédito e o consumo das famílias. No entanto, a medida não é a única que o Banco Central pode adotar.
Real tem maior desvalorização de 2024 e pior desempenho desde 2020, mostra análise. O câmbio brasileiro enfrentou um ano de volatilidade e encerrou 2024 com uma desvalorização de 21,82% ante o dólar Ptax, taxa de referência para contratos denominados em real em bolsas de mercadorias no exterior.
Agora você deve estar se perguntando: o que influencia o dólar? Entre os fatores mais importantes está a lei de oferta e demanda. Se houver uma grande procura por dólar e uma baixa oferta no país, o preço da moeda sobe. O contrário também é verdadeiro: se há muita oferta de dólares, o valor tende a cair.
A alta do dólar provoca aumento generalizado de preços e prejudica o combate à inflação — que tem sido uma das principais preocupações do governo e do mercado esse ano.