Há um “conceito leigo” sobre o potencial do LEITE como substância protetora de envenenamentos ou intoxicações, como se fosse um “antídoto universal”, entretanto O LEITE não dispõe de atividade ou potencial antiveneno, nem substitui medidas de tratamento no paciente intoxicado.
O leite é uma substância de pH neutro, bem mais alto que o pH do estômago. Se o seu pet ingerir um veneno ácido, o leite irá neutralizar e retardar a absorção. Mas, se o veneno for de caráter básico, o leite irá potencializar o efeito e acelerar a absorção, podendo matar o animal rapidamente.
Venenos nos olhos ou na pele geralmente devem ser lavados com grandes quantidades de solução salina (soro fisiológico) ou água corrente. Às vezes, usa-se água e sabão na pele.
“Enquanto o tóxico está no estômago, ele pode até neutralizar um pouco sua ação, mas sem interferir na absorção do veneno pelo organismo”, diz Heitor. Por isso, se for uma picada de cobra ou de escorpião, nem adianta tomar leite, pois o veneno obviamente entra no corpo não pelo estômago, mas por outro caminho.
Ainda que fosse uma opção interessante, não existem evidências cientificas de que o leite possa atuar como desintoxicante. Essa foi a conclusão de uma revisão de estudos científicos publicada em 2019 que investigou a eficácia desse costume antigo.
Ao terminar a validade do leite, ele coalha porque o ambiente interno torna-se propício para a proliferação de bactérias. Elas fazem com que o açúcar da lactose natural se transforme em ácido lático, azedando e coalhando o leite.
Se o envenenamento acontecer por inalação ou através da pele, tomar leite faz menos sentido ainda – ele nem entraria em contato com o agente tóxico. De qualquer forma, o recomendado é sempre procurar atendimento médico em vez de recorrer a soluções caseiras – potencialmente perigosas.
O tratamento deve ser rápido e pode incluir lavagem gástrica, medicamentos que impeçam a ação da toxina, soro, medicações aumentem a excreção da toxina além de tratamento de sintomas específicos como convulsões.
A intoxicação por veneno de sapo pode ser grave e, em muitos casos, até fatal. Por exemplo, no meio virtual você pode encontrar orientações para dar leite ao cãozinho. Porém, leite não é um alimento recomendado para esse animal quando adulto. Além disso, o leite não vai impedir a ação do veneno.
Beber água em abundância é uma das formas mais eficazes de desintoxicar o organismo, pois a água auxilia na eliminação das toxinas por meio da urina, do suor e das fezes. Além do mais, manter o corpo hidratado também ajuda a melhorar a função renal e a acelerar o processo de purificação do sistema.
O leite pode cortar o efeito de remédios antibióticos, como a tetraciclina ou o ciprofloxacino, ou remédios para tireoide, como a levotiroxina, por exemplo, além de suplementos à base de ferro.
Há um “conceito leigo” sobre o potencial do LEITE como substância protetora de envenenamentos ou intoxicações, como se fosse um “antídoto universal”, entretanto O LEITE não dispõe de atividade ou potencial antiveneno, nem substitui medidas de tratamento no paciente intoxicado.
Em linhas gerais, estes são os principais sinais de intoxicação: vômito; diarreia, salivação excessiva; sonolência; desorientação; dificuldade de respirar; alterações súbitas no comportamento ou no estado de consciência; desmaios e, em alguns casos, convulsões.
Leite corta o efeito do pó? Não, o leite não corta o efeito da cocaína e nem de qualquer outra substância estimulante. O que acontece é que esse tipo de droga compromete a nossa reposição natural de triptofano, composto químico responsável pela produção de serotonina.
Muitas avós recomendam que o medicamento seja tomado com leite, para proteger o estômago. No entanto, essa é uma atitude que prejudica a absorção do medicamento e faz com que ele não tenha o efeito desejado.
“O ideal é tomar um pouco de leite, em cuja composição há a proteína caseína, pela qual a capsaicina tem grande afinidade. Ela 'adere' mais à caseína se deslocando dos nociceptores presentes na língua”, explica. Há quem diga também que comer pão ajuda a acabar com o ardor que a pimenta em excesso pode provocar.
Direcção-Geral da Saúde pede às pessoas que recorram ao tratamento médico e reforça que não existe nenhuma evidência científica que comprove que o leite funciona como desintoxicante.
Nada de dar leite, forçar o vômito ou obrigar a pessoa a beber água. O melhor a se fazer diante de uma de intoxicação é ligar para o Samu (192) ou para o Corpo de Bombeiros (193).
É verdade que o leite corta o efeito do antibiótico?
Alguns antibióticos podem, sim, sofrer alterações quando entram em contato com o cálcio presente no leite. Por isso é recomendado que se tome o medicamento com água e que seja respeitado um intervalo de mais ou menos 2 horas até a ingestão de leite ou laticínios.