Quantas vezes as pessoas tomavam banho na Idade Média?
Por essa época, a Igreja tratava imundície como um sinal de sacrifício e dizia que banhos eram lascivos, sensuais, e um hábito de judeus e islâmicos. Monges, dependendo da ordem, tomavam banho duas vezes por ano.
Segundo documentos de mais de 3000 anos, o ato de tomar banho era sagrado e parecia ser uma forma de purificar o espírito do indivíduo. Não por acaso, eles tomavam cerca de três banhos em um só dia.
Mesmo assim, tomar banho não era uma tarefa tão fácil: precisamos lembrar que água encanada e chuveiro são algo bem recente. Essas banheiras de madeira eram enchidas manualmente, no balde mesmo, e a água precisava ser constantemente substituída e reaquecida, o que podia encarecer o serviço.
Na Idade Média, não existiam os dentifrícios, isto é, pastas de dentes, muito menos escovas de dentes ou perfumes, desodorantes muito menos e papel higiênico, nem pensar. As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio.
Na Antiguidade, a ausência de redes encanadas e esgotos era suprida com a utilização de copos e bacias que permitiam a realização do banho. Geralmente, as pessoas se sentavam em uma cadeira enquanto despejavam pequenas porções de água nos lugares a serem higienizados.
🕌 BANHOS NA IDADE MÉDIA: Como e quando se tomava banho na era Medieval?
Como era a higiene íntima na Idade Média?
Algo semelhante era feito no Egito, com pedaços de papiro. Muito tempo depois, na Idade Média, eram usadas toalhas higiênicas feitas de retalhos. Essa alternativa foi adaptada e evoluída pelas mulheres ao longo dos anos.
Pogroms foram feitos por toda a Europa para eliminar a “causa” da peste. Por essa época, a Igreja tratava imundície como um sinal de sacrifício e dizia que banhos eram lascivos, sensuais, e um hábito de judeus e islâmicos. Monges, dependendo da ordem, tomavam banho duas vezes por ano.
A História mostra que o banho na Idade Média era praticamente nulo. Além da precariedade dos sistemas de higiene, o novo comportamento religioso apresentava a prática como um ato desonroso e impuro. Para Vigarello, a água do banho é insinuante e perturbadora, porque supõe o toque com o corpo.
Muitas leis da Idade Média buscavam restringir o consumo excessivo de comida e bebida — das pessoas mais pobres, é claro. Por isso, em 1336, uma lei foi promulgada para proibir que as pessoas recebessem mais do que dois pratos de comida durante uma refeição.
A imundície era generalizada, porque lixo e dejetos eram despejados na rua. Havia latrinas públicas em algumas cidades, mas elas eram evitadas pelas condições repulsivas. Os moradores tinham penicos _ que despejavam pela janela, não raro sobre a cabeça de alguém.
Como na época medieval as condições de saneamento básico e higiene eram muito precárias, isso facilitava a propagação e instalação dos roedores nesses locais e, consequentemente, o contato das pessoas com as pulgas dos ratos que são transmissoras da doença.
A prostituição na Idade Média, séculos XIV- XV era vista, não só como meio de sobrevivência, para as mulheres, que por uma razão ou outra haviam caído em desgraça, também era tolerada pela Igreja Católica como forma de combater o homossexualismo, evitar que os homens viessem a molestar as mulheres de bem, também se ...
Os sanitários de um castelo eram, de modo geral, construídos nas muralhas, tanto que se projetavam para o exterior e os dejetos caíam no fosso do castelo ou, melhor, diretamente em um rio, como no caso das latrinas de uma das grandes salas de pedra no Castelo Chepstow em Gales, construído a partir do século XI.
A monarquia seguia as mesmas regras: a falta de banho era transversal a todos os estratos na sociedade. Consta, por exemplo, que a rainha Isabel de Castela só tomou banho duas vezes na vida: no dia em que nasceu e no dia anterior ao casamento.
O banho diário era raro: apenas índios e escravos tomavam banhos diários em rios. Europeus, principalmente em regiões mais urbanas raramente se banhavam de corpo inteiro. A limpeza era normalmente feita com toalhas e se ocupava apenas de algumas partes do corpo.
O pecado era o medo de muitos teólogos do medievo,1 pois acreditavam que ele poderia intervir em todos os setores da vida, tanto no espiritual quanto no material. Casagrande e Vecchio (2006, p. 337) acreditam que “[...] toda a vida e visão de mundo do homem medieval gira em torno da presença do pecado”.
O banho foi proibido na Europa nos séculos 15 e início do 16, porque como a peste era invisível, os médicos não sabiam como é que ela penetrava no corpo. Então, recomendavam que se desenvolvesse uma grossa camada protetora de cascão, de forma que não fosse atingido pelos mesmos.
Durante o período medieval, o lixo era basicamente originado pela necessidade fisiológica, pela alimentação e pelo vestuário do homem. Já existiam os catadores de lixo, que eram chamados de trapeiros.
Os romanos, por sua vez, “arriscavam-se” com um pó produzido das cinzas dos ossos e dentes de animais, ervas e areia. Na Idade Média, além das aplicações de pastas de ervas aromáticas, como sálvia, era comum o bochecho com urina para “eliminar” o mau hálito.
Na época da rainha Vitória, o palácio de Buckingham não tinha nenhum local especial para tomar banho… Na França, o rei Louis XV tomou somente dois banhos em toda sua vida, um no dia do seu casamento e outro durante um certo evento nacional.
Devido à falta de banhos regulares, a nobreza e a alta classe social recorriam ao uso excessivo de perfumes e aromas fortes para mascarar os odores corporais. A higiene oral era praticamente inexistente. As pessoas limpavam os dentes com panos. O resultado eram problemas dentários graves e mau hálito generalizado.
Embora seja difícil comparar pesquisas, segundo o Kantar World Panel de 2018, em países como Alemanha, China e Estados Unidos se toma banho de cinco a seis vezes por semana e a frequência pode diminuir durante o inverno.
O auxílio aos doentes era o mesmo dado aos pobres, alocados em diversos albergues ou casas-de-Deus, regidos por religiosos, onde se focava menos no trato do corpo e sim na purificação e preparação para o Além.