Resumo. O filósofo francês Michel Foucault discute a psicanálise através de seu método arqueológico da constituição dos saberes na modernidade. A análise foucaultiana revela uma reestruturação crítica dos saberes, que parte do estudo das estruturas sociais, atribuindo a estas um caráter arbitrário e cerceador.
Mais do que filosofar sobre a História, Foucault se utiliza dessa História como método filosófico, como forma de pensar o contemporâneo no jogo incessante do devir trágico, e como maneira de evocar as arbitrariedades e escolhas escondidas atrás das “verdades” e dos “conceitos”.
Foucault afirma que o poder penetra na vida cotidiana não se fixando nas relações estatais, essa característica denominada “micro-poder”. Analisa também que esses “micro-poderes” possuem uma história específica e se relacionam com o poder presente no aparelho do Estado.
“A afirmação mais crucial de Foucault sobre o poder é a de que devemos nos recusar a tratá-lo como os filósofos sempre trataram seus temas centrais, como uma coisa unitária e homogênea que é tão familiar consigo mesma que pode explicar todo o resto.”
O interesse de Foucault é o poder onde ele se manifesta, ou seja, é o micropoder que se exerce (não que se detém) e que se distribui capilarmente. Importa realçar a positividade do poder, entendida como propriedade de produzir alguma coisa.
Sua ideia é questionar as verdades que se dizem universais e mostrar como todo pensamento está submetido ao seu tempo e espaço. Foucault trabalha para mostrar como a universalidade do homem é falsa, e criada através de mecanismos de poder que se afirmam cotidianamente em nossos corpos.
Ele propõe uma nova política da verdade que permeie não somente o campo da produção do conhecimento, mas também o da prática e o da militância política. A aposta de Foucault é na desestabilização contínua das relações de poder.
A filosofia de Foucault pode ser caracterizada por três fases: arqueológica, genealógica e ética. A fase arqueológica do saber inaugura sua ruptura com a tradição filosófica, uma tradição de dualidade entre linguagem e discurso. O saber representado pelas ciências do homem, e o poder pelas relações históricas.
Foucault tratou de temas como loucura, sexualidade, disciplina, poder e punição, hoje vistos em várias áreas do conhecimento. Em História da Loucura, ele procura mostrar como o conceito de loucura mudou através dos tempos.
Para Foucault, a prisão não corrige nem reabilita, mas gera e mantém um ciclo de criminalidade e marginalização. Um ponto central da análise de Foucault é a noção de que a prisão faz parte de um sistema mais amplo de controle social, que ele chama de “dispositivo carcerário”.
Inicialmente será feita uma analise apresentando as principais características relacionadas à corrente filosófica denominada de Pós-estruturalismo, onde o trabalho de Foucault comumente é classificado.
o triângulo de Foucault. Constata-se que o poder está por toda parte e provoca ações ora no campo do direito, ora no da verdade. Deve ser entendido como uma relação flutuante, não estando em uma instituição nem em ninguém, enquanto o saber está numa relação de formas e conteúdos.
O filósofo francês Michel Foucault acredita que as relações de poder, advindas das instituições, escolas, prisões, quartéis, são marcados pela disciplina. Segundo o filósofo, a disciplina traz consigo um certo caráter punitivo, desta forma, as relações de poder se tornam mais evidentes.
Foucault trata principalmente do tema poder, que para ele não está localizado em uma instituição, e nem tampouco como algo que se cede, por contratos jurídicos ou políticos. O poder em Foucault reprime, mas também produz efeitos de saber e verdade.
Foucault rompe com as concepções clássicas deste termo e define o poder como uma rede de relações onde todos os indivíduos estão envolvidos, como geradores ou receptores, dando vida e movimento a essas relações. Para ele, o poder não pode ser localizado e observado numa instituição determinada ou no Estado.
A crítica será, em relação ao governo, uma atitude, uma estudada desenvoltura, uma forma cultural geral, atitude moral e política e também uma vontade decisória de não ser governado de tal ou qual maneira, por tais ou quais mecanismos. Foucault encerra as aulas de Segurança, território, população em abril de 1978.
Durante toda a sua vida, Foucault operou com um conceito de razão múltipla. A racionalidade é um campo complexo de linhas de pensamento irredutíveis. De nada servem as estruturações da Razão instituída enquanto tal, outras formas de racionalidade se criam sem cessar.
Por isso, Cascais (1993) denomina arqueogenealogia o método que Foucault usa “para analisar o que se designa como 'o sujeito', indaga as formas e as modalidades da relação a si pelas quais o indivíduo se constitui e se reconhece como sujeito, nos dois últimos volumes da História da sexualidade” (p. 78).
Qual é o resumo da teoria do poder do saber de Foucault?
A teoria do poder do saber de Foucault é compatível com seu desenvolvimento acadêmico. O micropoder do sujeito é a relação de Poder/Saber. A relação simbiótica de poder forma o sistema de verdade na sociedade moderna, e as estratégias de solução são a luta parcial e a estética da sobrevivência.
Em seu livro “Vigiar e Punir”, Foucault caracteriza o panoptismo como um poder na forma de vigilância individual e contínua, com intuito de controle, castigo e recompensa, e também como forma de correção.
Para o marxismo, a subordinação do homem pelo homem tem uma origem e história, remonta-se à divisão da sociedade em classes. Para Foucault, a opressão só tem história, mas é eterna, imanente ao próprio homem. Não há dúvida de que, para Foucault, as relações de opressão são imanentes ao ser humano.
Foucault seria um anarquista por mostrar tudo o que os anarquistas tinham mostrado corretamente a partir da análise micro. útil, segundo a ênfase que os anarquistas pretendem dar às suas análises ou formatação de sua sólida teoria. Todavia não se trata de incorporar por baixo ou recusar pelo alto.