A palavra ócio, derivada do latim otium, significa o fruto das horas vagas, do descanso e da tranqüilidade, possuindo também sentido de ocupação suave e prazerosa, porém, como ócio, abriga a idéia de repouso, confunde-se com ociosidade.
1 Tempo de descanso: “[…] o ócio esticava as horas, que não acabavam mais” ( MA4 ) . 2 Tempo que dura esse descanso. 3 Indisposição física; ociosidade: “É comum os velhos se matarem, devido à melancolia do ócio, à solidão, à doença” ( RF ) .
O ócio, no sentido vulgar do termo, remete à noção de folga, de falta de compromissos de trabalho e, nesse contexto, possui uma conotação negativa que liga a ideia de ociosidade à ideia de vadiagem e de preguiça. Na literatura e na sociologia, contudo, o termo foi e é empregado muitas vezes em sentidos distintos.
Contudo, a título de curiosidade, o termo ócio tem origem no grego scholé, de onde também deriva o termo Escola. Opa, mas não é para os alunos saírem dizendo que estão aí na escola para ficar sem fazer nada. O ócio da escola deve ser produtivo!
Assim, no pensamento senequiano baseado no Estoicismo, entende a concepção de ócio entre os romanos como sentido de “tempo vago”, de “retiro” ou de “repouso”, ou seja, tempo disponível para ocupação intelectual, aos estudos, a filosofia ou a política.
O tempo ocioso, de um ponto de vista bíblico, refere-se a TODO tempo em que nós estamos fazendo coisas que não são relevantes para a glória de Deus, já que o alvo da nossa vida é fazer TUDO para a glória dEle. Nós sempre pensamos que o tempo ocioso é somente aquele quando estamos totalmente sem fazer nada.
E, do ponto de vista do desenvolvimento cognitivo, isso é muito positivo, pois ajuda as crianças no alcance de ideias inovadoras, refletindo sobre associações diversas entre assuntos e informações.
De acordo com De Masi, o ócio criativo é um estado de espírito no qual as pessoas podem se engajar em atividades que promovam a sua realização pessoal e profissional, sem estarem necessariamente vinculadas ao trabalho convencional.
Para Aristóteles, o ócio é decorrente de uma atitude contemplativa, a única que parece ser de fato desejada, pois nada se extrai dela exceto a própria contemplação. Das atividades práticas, por outro lado, não obte- mos nada além dos efeitos da própria ação.
O termo “ócio” é usado para se referir ao “não fazer nada”, não ter atividade nenhuma em alguma circunstância, especialmente do ponto de vista motor. A rigor, não se aplica propriamente aos processos cerebrais, uma vez que o cérebro, tal como outros órgãos do organismo, nunca para de funcionar.
Na filosofia de Aristóteles, há uma distinção entre ócio (ociosidade) e trabalho manual (labor) em sua ética e em sua visão sobre a organização da sociedade. Essa distinção está relacionada ao conceito de vida contemplativa (bios theoretikos) e vida ativa (bios politikos).
No fundo, o ócio, para o filósofo, não é apenas uma questão de ter tempo para descansar e realizar atividades relaxantes. É um aspecto crucial da própria vida, sem o qual não temos tempo nem energia para pensar, sendo assim forçados pelas circunstâncias a viver uma vida menos útil e realizadora do que de outra forma.
Os gregos identificavam o ócio com a contemplação da teoria, que é o exercício da faculdade especulativa. O ócio se concretizava na contemplação intelectual, entendida como exercício intelectual da busca da beleza, da verdade e do bem.
Na Itália, morreu o sociólogo Domenico De Masi, conhecido por criar o conceito de ócio criativo, sobre a importância do tempo livre para a criatividade.
Uma palavra ociosa é aquela que você disse sem consideração cuidadosa. O ponto de Jesus é que você pode dizer muito sobre o caráter de uma pessoa, não pelas coisas importantes que ela diz, mas pelas pequenas coisas que escapam quando ela não está se esforçando muito para ser cuidadosa.
Com o ócio criativo, você é capaz de se entregar e dedicar inteiramente e desenvolver melhores ideias. Já pensou em descobrir respostas para problemas e questões que envolvem sua vida profissional enquanto se diverte em momentos de puro lazer? Para muitas pessoas, a ideia pode parecer estranha à primeira vista.
No mundo clássico, o ócio relacionava-se com a virtude; enquanto a ociosidade estava associada à arte divina da preguiça, il dolce far niente, desocupação, despreocupação e passividade.
Se na Antiguidade o ócio era tido como condição ideal para boa formação do caráter de um homem, hodiernamente o que testemunhamos é uma supervalorização do trabalho, considerado como o verdadeiro meio para o crescimento humano ou para a integração do indivíduo à sociedade.
O ócio na infância se refere aos momentos livres que as crianças têm para fazer o que quiserem, sem especificações de adultos ou estímulos de brinquedos prontos, ou mesmo para não fazer nada.
O ócio, quando praticado de maneira consciente e criativa, contribui para o bem-estar mental. Momentos de repouso e relaxamento são essenciais para reduzir a ansiedade, melhorar a clareza mental e promover uma sensação geral de felicidade.