O esquema arquitetural panóptico não é direcionado somente a um tipo de vigilância, mas sim a toda vigilância que atravesse o poder disciplinar, que precise da otimização de olhar que somente as técnicas disciplinares podem permitir.
Em seu livro “Vigiar e Punir”, Foucault caracteriza o panoptismo como um poder na forma de vigilância individual e contínua, com intuito de controle, castigo e recompensa, e também como forma de correção.
Segundo Foucault o Panóptico despertou interesse, pelo facto de ser aplicável a muitos domínios diferentes. Não se tratava apenas de uma prisão. O Panóptico, é um princípio geral de construção, um dispositivo polivalente de vigilância, uma máquina óptica universal das concentrações humanas.
O conceito de "panóptico" foi originalmente desenvolvido por Jeremy Bentham no século XVIII para descrever uma forma de prisão em que um único vigia poderia controlar um grande número de prisioneiros sem que estes soubessem se estavam ou não sendo observados.
O Panóptico faz a inversão definitiva entre reprimir e produzir. A disciplina possível através da vigilância panóptica permite que os indivíduos sejam treinados, coordenados, habilitados. Se tornam, portanto, mais obedientes e menos perigosos para a sociedade.
Com avanço tecnológico, o efeito panóptico se projeta nos ambientes de trabalho, onde cada vez é mais comum o monitoramento de cada atitude, cada gesto, movimento dos empregados, podendo o empregador monitorar e fazer uso de seu poder diretivo de forma cada vez mais intensa.
O que seria o panóptico de Bentham e qual a crítica de Michel Foucault a esse conceito?
Foucault analisa a construção do panóptico benthaminiano explicando que o detento é um objeto de informação à medida que é visto, mas nunca sujeito de uma ação comunicativa. Surge assim um dos efeitos do panóptico, que é introjetar a sensação de vigilância.
Em Vigiar e Punir, Michel Foucault mostra por que a Justiça deixou de aplicar torturas mortais e passou a buscar a "correção" dos criminosos. Embora esteja longe de ser um romance, o livro Vigiar e Punir começa com uma narrativa eletrizante, capaz de revirar os estômagos mais sensíveis.
Pan-óptico é um termo utilizado para designar uma penitenciária ideal, concebida pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham em 1785, que permite a um único vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados.
"Foi neste momento que Samuel Bentham, um inventor e engenheiro de gênio, inventou o panopticon para ser construído sob o princípio de inspeção geral, com o sentido de facilitar a supervisão do amplo número de trabalhadores" (Pease-Watkin, 2003, p.
A disciplina se vale da vigilância como um de seus mecanismos mais eficazes. Foucault mostra que efeitos de poder, tais como o autocontrole dos gestos e atitudes, são produzidos não somente pela violência e pela força, mas sobremaneira pela sensação de estar sendo vigiado.
O panoptismo é um dos traços característicos da atual sociedade capitalista, através da qual os indivíduos são vigiados, punidos, recompensados e normatizados.
Um exemplo de modelo panóptico, que atinge pessoas públicas, é o paparazzo. Além dele, graças às novas tecnologias, como o advento dos celulares com câmeras, o público acaba fazendo também o trabalho de vigiar o comportamento dos famosos.
O panóptico é, portanto, a estrutura que resguarda um modelo de monitoramento e controle, passível de aplicação a diversas instituições disciplinares ou de vigilância. Ao modelo de monitoramento, designamos como panoptismo.
Um de seus conceitos mais notórios chama-se biopoder. Em resumo, biopoder refere-se a uma técnica de poder que busca criar um estado de vida em determinada população para produzir corpos economicamente ativos e politicamente dóceis.
Qual foi a teoria que Foucault defendeu no livro Vigiar e Punir?
Em Vigiar e Punir, Michel Foucault analisa a evolução da punição no Ocidente, desde a Idade Média até o século XIX. Ele argumenta que a pena, ao longo do tempo, deixou de ser um espetáculo público de violência para se tornar uma forma de controle e disciplina. O livro é dividido em três partes.
O poder em Foucault reprime, mas também produz efeitos de saber e verdade. Foucault acreditava que os acontecimentos deveriam ser considerados em seu tempo, história e espaço. De acordo com Veiga-Neto (2003:43), sua obra pode ser dividida em três fases cronometodológicas: arqueológica, genealógica e ética.
O panóptico e o panoptismo – Michel Foucault. O panóptico nasce como uma arquitetura de maximização da eficiência do poder, na medida em que rege a economia de energia, de recursos humanos, além de aumentar as possibilidades acúmulo de saber sobre os indivíduos vigiados.
O Panótico Rápido é baseado no método de coloração hematológica estabelecida por Romanowsky, um método que facilita o estudo microscópico de tecidos através de suas cores diferentes.
Qual o sentido da expressão pan-ópico contemporâneo?
Assim, ao contrário do poder tradicional, que tinha que se mostrar, se ritualizar e se exibir, para mostrar e lembrar sua força ao povo, o poder moderno panóptico é anônimo, sem sujeito aparente - as pessoas que o integram se escondem.
O efeito mais importante do Panóptico, segundo o autor, é induzir no detento um estado de consciente e permanente de visibilidade, se assegurando o funcionamento automático do poder.
O modelo panóptico (pan = todos ; óptico = visão) foi criado pelo famoso criminólogo Jeremy Bentham, e seu objetivo principal era a vigilância constante das prisões, consistia em uma prisão onde havia um grande observatório central que de lá poderia se ver todas as celas que eram dispostas de modo circular, nunca fora ...
Como o panóptico de Bentham se relaciona com o conceito de sociedade disciplinar de Foucault?
Após Bentham, o célebre e notório filósofo Michel Foucault, ao trabalhar com as técnicas de controle na sociedade, ressaltava: “Para ser eficiente, o panóptico deve ser 'visível' e 'inverificável'; o indivíduo não precisa saber que está sendo observado, mas precisa ter certeza que poderá sê-lo a qualquer momento”11.