A pandemia só nos demonstrou o que Hannah Arendt dizia: o mal banal é realizado por indivíduos que pensam sem as devidas reflexões, sem apreciações ou análises, indivíduos que não pensam em direção ao ambiente público e a coletividade.
O que Hannah Arendt entende por banalidade do mal?
A banalidade do mal, nesse sentido, é o estado de normose social em que não se questiona as ações coletivas e não se busca compreender a extensão dos atos individuais.
Em primeiro plano, a violência nas escolas evidencia a maldade humana. Nesse contexto, a filósofa Hannah Arendt desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis são parte do cotidiano moderno e tornam as relações sociais cada vez mais caóticas.
Qual é a definição de "Banalidade do Mal" de Hannah Arendt?
A banalidade do mal é, para a filósofa, a mediocridade do não pensar, e não exatamente o desejo ou a premeditação do mal, personificado e alinhado ao sujeito demente ou demoníaco.
Em Origens do totalitarismo Hannah Arendt emprega o termo mal radical, compreendido como mal absoluto, para se referir à fabricação da superfluidade nos campos de extermínio. Em Eichmann em Jerusalém ela emprega a expressão banalidade do mal para se referir à conduta de indivíduos como Adolf K.
O mal radical é uma espécie de ataque à própria disposição para o bem, para se deixar tocar pela lei. O mal seria esta propensão universal para não receber o respeito pela lei como móbil. A especificidade da religião consiste em aliar o respeito pela lei a uma disposição para a realização de ações boas.
Este livro foi ainda criticado porque Arendt também deu exemplos de judeus e instituições judaicas que se submeteram aos nazis ou cumpriram as suas diretivas sem as questionar. Hannah Arendt foi autora de vários outros livros e trabalhos onde questiona o papel da mulher na sociedade, a violência e o poder.
Ou seja, a banalidade do mal é um mal que virou comum de ser praticado. Durante todo o julgamento, Eichmann nunca se considerou culpado pelos crimes cometidos, sua justificativa era sempre que apenas cumpria ordens, seguindo as leis vigentes naquele período.
Em alguns momentos de sua obra, Arendt pode ser classificada como uma pensadora liberal, não por defender o liberalismo econômico, mas por defender um Estado que esteja lá para garantir os direitos e as liberdades individuais e que jamais permita que a cidadania e os Direitos Humanos sejam afrontados.
Já a maldade é uma condição que esta inerente ao ser humano. Todo ser humano, em algum momento pode ser mau. Não tem como o ser humano ser isento de maldade porque a condição de maldade está atrelada a questões sociais, culturais, psicológicas. Todo ser humano em algum momento da vida foi mal.
Banal, por sua vez, não pressupõe algo que seja comum, mas algo que esteja ocupando o espaço do que é comum. Um ato mau torna-se banal não por ser comum, mas por ser vivenciado como se fosse algo comum. A banalidade não é normalidade, mas passa-se por ela, ocupa indevidamente o lugar da normalidade.
Como a banalidade do mal está presente em nosso cotidiano?
O fenômeno da banalidade do mal transcendeu o tempo e hoje é reeditado, entre outras formas, nos discursos de ódio que ganham vulto nas redes sociais. “A potencialização espacial da liberdade de expressão através das mídias digitais causou um dano marginal extremamente perverso.
1 — “Uma vida sem pensamento é totalmente possível, mas ela fracassa em fazer desabrochar sua própria essência — ela não é apenas sem sentido; ela não é totalmente viva. Homens que não pensam são como sonâmbulos”.
Segundo Hannah Arendt, a Banalidade do mal é o fenômeno da recusa do caráter humano do homem, apoiado na recusa da reflexão e na tendência em não assumir a iniciativa própria de seus atos.
Educação sem política - Arendt defendia o conservadorismo na educação, mas não na política. Para ela, o campo político deveria se renovar constantemente, movido pelos objetivos da igualdade e da liberdade civil.
“São crimes entre pessoas que convivem de uma forma ou de outra. A convivência desencadeia em conflitos que algumas pessoas não conseguem lidar sem violência”, explica.
A liberdade para Hannah Arendt não se refere à interioridade, desta forma, é na coletividade que a liberdade se constitui, ou seja, na sua prática e, assim, é no espaço da política que realmente somos e nos apresentamos.
Arendt elege a liberdade como tema fundamental de seu pensamento desde o seu turn para a política até seus últimos escritos. Sustento que a noção de liberdade é o fio condutor que perpassa todos os seus trabalhos sobre as atividades humanas e sobre a condição humana.
Arendt teve uma filosofia de boa influência, por dar substrato a uma forma de práxis da esquerda “não-marxista” que nutre certa repulsa às revoluções anticoloniais que buscaram (e visam buscar) caminhos para a emancipação humana.
A crítica de Hannah Arendt aos Direitos Humanos, diz que a cidadania é algo fundamental para a garantia dos direitos humanos e que essa é uma condição que inviabilizava o acesso dos grupos de apátridas e dos refugiados aos direitos básicos, que sempre foram considerados universais pela tradição jusnaturalista, pois, ...
RESUMO: A noção de mal radical aparece em Kant no contexto da discussão da religião nos limites da simples razão e busca dar conta da complexa relação entre o respeito pela lei moral e o amor-próprio na definição do móbil para a ação.
O mal radical é baseado nos sistemas totalitários e seus mecanismos de dominação, como a propaganda, a transformação do homem em coisa (supérfluo), a ideologia e o terror.
A Filosofia Radical, ao contrário das filosofias, tem uma função central que é assegurar o caminho que leva do parcial ao geral, do indivíduo particular ao humano-genérico, da racionalidade do intelecto à utopia racional.