Hoje diversos grupos, como os movimentos negro e indígena, criticam essa visão dos bandeirantes como heróis e defendem que eles foram criminosos que mataram, estupraram, escravizaram e exterminaram populações inteiras.
Essa imagem heróica acabou dando lugar a outra, oposta: os bandeirantes teriam sido bandidos crueis e sanguinários, que saqueavam aldeias indígenas, matando crianças, violentando mulheres e escravizando os índios. Em nossos livros didáticos o bandeirante foi retratado dessas duas formas: ora herói, ora vilão.
Até hoje, os bandeirantes são mais lembrados pelo caráter desbravador de suas expedições pelo interior do Brasil, como a “bandeira dos limites” de Raposo Tavares, do que pelo papel que tiveram na linha de frente do extermínio indígena.
Eles eram vistos como desbravadores destemidos que enfrentavam perigos e desafios em terras desconhecidas. Essa narrativa contribuiu para a construção de uma imagem de bravura e heroísmo em torno dos bandeirantes. Os bandeirantes também eram considerados como construtores da nação e da identidade paulista.
Na realidade, a maioria dos bandeirantes eram pobres e maltrapilhos, usando armas baratas e roupas furadas (muitas vezes sem sequer ter um par de botas). Muitos deles estavam no ramo pela caça a indígenas e a busca por ouro como formas de ascensão social e aumento do próprio patrimônio.
OS BANDEIRANTES PAULISTAS - HISTÓRIA DO BRASIL PELO BRASIL, EP.5 (Débora Aladim)
Porque os bandeirantes são vilões?
Andavam descalços, as roupas em farrapos, e era comum sofrerem de fome, doenças e ataques de animas selvagens e índios hostis. Essa dureza das expedições tornava os bandeirantes homens extremamente violentos, ambiciosos e rudes, características muito utilizadas para a escravização de índios e combate aos quilombos.
Raposo Tavares e Fernão Dias foram bandeirantes notáveis, muito conhecidos, que ajudaram a povoar o Brasil e ampliar seus limites territoriais ao fundar vilas, em busca de ouro e pedras preciosas pelo País afora. Ambos dão nome a duas das mais importantes rodovias brasileiras.
Hoje diversos grupos, como os movimentos negro e indígena, criticam essa visão dos bandeirantes como heróis e defendem que eles foram criminosos que mataram, estupraram, escravizaram e exterminaram populações inteiras.
Bandeirantes é o termo usado para designar os sertanistas do período colonial brasileiro, que, a partir do início do século XVI, adentraram o interior da América do Sul em busca de riquezas minerais, principalmente ouro e prata, além de capturar indígenas para escravidão ou eliminar quilombos.
Quem eram os bandeirantes que tanto medo traziam aos indígenas?
Saíam em expedições pelo território brasileiro buscando riquezas e escravos. Bandeirantes foram descendentes de portugueses em São Paulo que exploraram várias partes do Brasil em busca de ouro e captura de escravos fugidos para quilombos e índios.
Os principais objetivos dessas expedições eram capturar indígenas para utilizá-los no trabalho forçado, resgatar escravos fugitivos e encontrar metais e pedras preciosas pelo caminho. A ação de captura e resgate de populações indígenas ficou conhecida pelo uso de muito violência.
Quais argumentos eles utilizaram para transformar os bandeirantes em heróis?
Grupos sociais como os paulistas, descendentes dos bandeirantes, em grande parte, os escolhem como heróis devido à sua contribuição para a formação do Brasil e por representarem um período de bravura e aventura na história do país.
“Eles são lembrados só como construtores de riqueza e da nacionalidade, mas não são lembrados como assassinos e escravizadores de indígenas, como foras da lei ou até mesmo como estupradores. Essas dimensões da história dos bandeirantes sumiram”, afirma o historiador.
Os bandeirantes eram homens que trabalhavam na região sudeste com a exploração de minérios, escravização de indígenas e captura de escravos fugitivos no século 17.
Por que houve conflitos entre bandeirantes e jesuítas?
Por um lado, os colonizadores reclamavam da falta de suporte da própria administração colonial. Por outro, os jesuítas apelavam para a influência da Igreja junto ao Estado para denunciarem as terríveis agressões dos bandeirantes.
Na colônia, as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a viagem menos difícil e arriscada.
46) defendia que: Sendo o Brasil um país essencialmente católico, a religião da Bandeirante é a Católica, Apostólica Romana, o que não impede que sejam admitidas meninas de outras crenças.
Os bandeirantes paulistas foram um dos principais responsáveis pelo extermínio de grupos étnicos indígenas inteiros. Isso porque, em primeiro lugar, as expedições visavam o seu aprisionamento e a escravização. Até o século XVIII, os indígenas eram a maioria absoluta de escravizados em São Paulo.
O líder Matias Cardoso foi para o Ceará e Rio Grande do Norte; Jorge Velho para a Paraíba; Manuel de Moraes para Pernambuco; e João Amaro Maciel Parente para o Maranhão. Os bandeirantes venceram, mas como poucos índios sobreviveram, o número de escravos não foi grande.
Quais são os monumentos em homenagem aos bandeirantes em São Paulo?
Os monumentos de bandeirantes, como a estátua de Borba Gato em Santo Amaro e o Monumento às Bandeiras no Ibirapuera, são os casos mais emblemáticos em São Paulo.