1l2), Foucault define o jogo de verdade como "um conjunto de regras de produção da verdade". discursivas durante os anos 1960, às práticas discursivas e não discursivas a partir de 1970 (o "dispositivo") e às práticas discursivas, não discursivas e práticas de si a partir de 1980 (a "problematização").
Para Michel Foucault, aquilo que denominamos “verdade” não possui um significado unívoco sendo, antes, um jogo histórico, uma enunciação dramática: ela pode ser o mecanismo do qual dispomos para preencher o vazio que constitui nosso pensamento finito, ou a justificação racional que elaboramos para compreender nossas ...
Em Do governo dos vivos, como vimos, Foucault elabora o conceito de regime de verdade a fim de enfatizar a necessária implicação mútua, nas sociedades ocidentais, do exercício do poder na forma de governo dos seres humanos, por um lado, e os “atos da verdade” que eles devem performar, por outro.
Foucault rompe com as concepções clássicas deste termo e define o poder como uma rede de relações onde todos os indivíduos estão envolvidos, como geradores ou receptores, dando vida e movimento a essas relações. Para ele, o poder não pode ser localizado e observado numa instituição determinada ou no Estado.
Qual é a relação entre verdade e poder segundo Foucault?
No pensamento foucaultiano, verdade e poder são indissociáveis, não podendo existir um conceito de verdade sem um conceito de poder, sendo este e aquele fruto do processo de regulação, disciplina e relações em que o indivíduo encontra-se emaranhado.
O poder em Foucault reprime, mas também produz efeitos de saber e verdade. Foucault acreditava que os acontecimentos deveriam ser considerados em seu tempo, história e espaço. De acordo com Veiga-Neto (2003:43), sua obra pode ser dividida em três fases cronometodológicas: arqueológica, genealógica e ética.
Sua ideia é questionar as verdades que se dizem universais e mostrar como todo pensamento está submetido ao seu tempo e espaço. Foucault trabalha para mostrar como a universalidade do homem é falsa, e criada através de mecanismos de poder que se afirmam cotidianamente em nossos corpos.
O interesse de Foucault é o poder onde ele se manifesta, ou seja, é o micropoder que se exerce (não que se detém) e que se distribui capilarmente. Importa realçar a positividade do poder, entendida como propriedade de produzir alguma coisa.
Para Foucault, a prisão não corrige nem reabilita, mas gera e mantém um ciclo de criminalidade e marginalização. Um ponto central da análise de Foucault é a noção de que a prisão faz parte de um sistema mais amplo de controle social, que ele chama de “dispositivo carcerário”.
A filosofia de Foucault pode ser caracterizada por três fases: arqueológica, genealógica e ética. A fase arqueológica do saber inaugura sua ruptura com a tradição filosófica, uma tradição de dualidade entre linguagem e discurso. O saber representado pelas ciências do homem, e o poder pelas relações históricas.
Por isso, Cascais (1993) denomina arqueogenealogia o método que Foucault usa “para analisar o que se designa como 'o sujeito', indaga as formas e as modalidades da relação a si pelas quais o indivíduo se constitui e se reconhece como sujeito, nos dois últimos volumes da História da sexualidade” (p. 78).
O efeito pelicular, também conhecido como efeito capilaridade ou ainda skin effect, em condutores é uma manifestação de um caso particular de corrente de Foucault, na qual a corrente elétrica tende a fluir na periferia de um condutor longo e retilíneo.
A noção de governo em Foucault é ampla e não remete apenas à administração estatal; remete também a formas de guiar condutas, de “estruturar o eventual campo de ação dos outros”. Algo como a “conduta da conduta”, a direção da alma, o autocontrole, o governo da família.
De acordo com Foucault (2010a, p. 67), regimes de verdade implicam naquilo “que constrange os indivíduos a um certo número de atos de verdade”, estabelecendo para tais atos determinadas condições e efeitos específicos.
O próprio sujeito de conhecimento tem uma história, a relação do sujeito com o objeto, ou, mais claramente, a própria verdade tem uma história. Tradicionalmente concebe-se o conhecimento como uma relação entre o sujeito e o objeto, sendo função do sujeito apreender o objeto, e a do objeto, ser apreendido pelo sujeito.
A crítica será, em relação ao governo, uma atitude, uma estudada desenvoltura, uma forma cultural geral, atitude moral e política e também uma vontade decisória de não ser governado de tal ou qual maneira, por tais ou quais mecanismos. Foucault encerra as aulas de Segurança, território, população em abril de 1978.
A verdade é aquilo que permanece inalterável a quaisquer contingências. No curso Le pouvoir psychiatrique (1973-1974), Michel Foucault sublinha que essa tem sido característica marcante da perspectiva filosófica da verdade no pensamento moderno ocidental.
Quais são as principais ideias de Vigiar e Punir, de Michel Foucault?
“Vigiar e Punir aborda o problema da institucionalização do poder de forma muito nova, o que deixou marcas profundas nas pesquisas históricas e sociológicas que se seguiram a ele.
De caráter ensaísta, o texto traz um exame minucioso dos mecanismos sociais e teóricos que motivaram as grandes mudanças que se produziram nos sistemas penais ocidentais durante a era moderna. É dedicado à análise da vigilância e da punição, que se encontram em várias entidades estatais (hospitais, prisões e escolas).
A verdade é uma produção histórica e, portanto, cambiante, segundo a atuação de determinados mecanismos jurídicos de poder. A filosofia analisa, tradicionalmente, a questão da verdade.
Seguindo a lógica hobbesiana, Foucault concebia a ideia de violência exercida pelas corporações sobre os trabalhadores; da violência dos homens sobre as mulheres no patriarcado; e da violência dos brancos sobre os negros através do racismo estrutural.
A aposta de Foucault é na desestabilização contínua das relações de poder. Por isso, ele aponta para os limites das análises ligadas ao marxismo tradicional, principalmente no que diz respeito às concepções de ideologia, dialética e ciência.
Em seu esforço por desvendar os mecanismos da dominação, Foucault elaborou uma teoria a respeita da forma de exercício do poder que ele considerava dominante em nossa sociedade capitalista: o biopoder ou biopolítica.
Foucault afirma que o poder penetra na vida cotidiana não se fixando nas relações estatais, essa característica denominada “micro-poder”. Analisa também que esses “micro-poderes” possuem uma história específica e se relacionam com o poder presente no aparelho do Estado.